quarta-feira, 2 de abril de 2014

Sobre algo


Nunca em toda minha vida eu havia me identificado tanto com algum personagem seja ele de filme ou de seriado, muito menos um personagem masculino. Eis que um dia surge Ted Mosby e me vi de frente pro espelho em diversos momentos da vida dele.
Me despedi ontem de How I Met Your Mother com um aperto no coração, com aquela sensação de ohhh!! O amor da vida dele esteve o tempo todo ali e como a própria mensagem no final nos disse "o que importa é a jornada". 
Isso me fez pensar realmente em tudo que eu vivi, em tudo que eu senti e sinto até hoje. Toda a dor. Todas as pessoas que eu achei que eram e todas as outras que eu sabia que não eram. O que eu ainda acho que é. E então vejo que não há nada que eu possa fazer, por mais que eu chore, que eu sofra, que eu seja feliz no momento vivido, o destino é uma coisa muito louca e não mandamos nele. E toda a minha jornada pode me levar a qualquer lugar (coração), inclusive a algum que eu já tenha passado ou em algum que esteja logo ali, segurando um guarda-chuva amarelo em um dia de chuva. Talvez realmente meu ultimo amor não tenha sido meu lebenslangerschicksalsschatz, talvez tenha sido apenas o que eu acho que é e não é, talvez o que sentia era apenas beinaheleidenschaftsgegenstand.  
Engraçado que durante todo o tempo que acompanhei essa série eu chorei por diversos motivos, justamente por me identificar por demais em tudo que eu sentia. Acho que  não quero pensar no que sinto pela pessoa que eu amo no momento, só quero pensar que não existe um único amor pra cada um. Não quero pensar que, assim como nessa série, eu possa no final de tudo voltar para os braços de quem eu fiz tantos sacrifícios para ficar junto e acabei não ficando, acabei quebrando a cara assim como Ted. Só quero simplesmente esquecer tudo isso. Deixar esse sentimento em uma gaveta descansando. Penso todos os dias em nós? Sim penso, não só penso como sinto uma saudade imensurável,  penso também nas diversas coisas que eu deveria ter dito e não disse, por medo. E me sinto sozinha, tão magoada, costurando as feridas. Por isso hoje só quero dar conforto ao meu coração, e desejo que um dia alguém me faça sentir coragem o suficiente de apenas me aceitar e querer ser quem eu sou quando se soma dois, de dizer tudo que sinto sem medo tanto as satisfações quanto as  insatisfações. Que essa pessoa não seja igual a mim, e sim diferente porque igual já me basta eu. Que continue querendo que eu mude para melhor mas que também faça por mim. Pois o amor é isso, é encarar, lutar, é entender, compreender,  é se adaptar e é também sentir reciprocidade e principalmente amizade e confiança. É olhar nos olhos e não precisar dizer nada. E ter força um no outro pra encarar a vida e alma em frangalhos que todos nós carregamos porque nenhum homem e nenhuma mulher foi moldado para uma única pessoa. Todos temos nossas histórias. Não quero poder esperar mais nada do amor. Já havia mencionado antes que desisti dele, mas existem muitas reticências na vida e talvez alguém esteja disposto a roubar uma trompa azul por mim. Quero apenas me sentir bem e também saber encontrar a minha felicidade na felicidade de alguém. Acho que não é pedir muito da vida.


Ti

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