quinta-feira, 26 de junho de 2014

Zíper

Aqui dentro não é um bom lugar para se morar hoje
À flor da pele
Choro
Sinto fome de amor
Minh'alma traga sentimentos
Intensamente
Assim como você tragou aquele baseado
Enquanto te esperava na cama
Semi nua
Enroscada no edredom.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Devolução

_ Eu estou meio assustada.

_ Eu também. Não sei dizer. Você é frágil, com uma pureza emotiva linda. Eu amo isso. Eu queria te abraçar te tocar. Mas tinha que fazer direito. Queria que fosse especial. Aproximar de você devagar.

_ Quero te abraçar e fazer você ficar.

_ Eu deixo você entrar.
Amanhã, se tudo não passasse de um sonho, qual a última coisa que você ia querer falar pra mim?

_ Que pergunta difícil.

_ Eu sei. Mas fala pra mim

_ Que você foi meu infinito durante o tempo em que estive contigo. Acho que diria isso.

_ Sei lá. Acho que tô com uma flecha vermelha atravessada.

_ E o que você diria pra mim?

_ Eu não consigo traduzir... Eu diria obrigado. Por me dar esperança.
Quero uma escada rolante. Pra beijar você parado em movimento. Em público. A cores. Sentir seu sabor. E que o tempo pare. Que se dane tudo. Iria para o limbo.


No cômodo vazio da biblioteca voltei ao mundo real. Havia um silêncio tortuoso que foi cortado pelo meu suspiro. Haviam lágrimas brotando em meus olhos. Os mesmos focavam o nada. O pensamento? Longe.
Eu tinha que devolver o livro. O tal exemplar raro. O lugar dele não era comigo. Eu só havia pegado emprestado. Gostaria de ter tido mais tempo com ele,  terminado a leitura e desvendado personagens. Era uma história instigante. Era como se eu vivenciasse de verdade tudo aquilo. Mas eu sabia que tais coisas não existiam.  Não sei se ainda o encontrarei disponível, se ele ainda estará lá, empoeirado, despercebido. Aprendi algumas coisas nesse tempo achado. Acho que talvez eu tenha encontrado minha segunda ponte.

Fim?

domingo, 22 de junho de 2014

Inverno

Eu sou um passarinho. Se tua árvore não dá frutos... vou procurar comida em outro lugar - Leo Fressato

Sobre o Inverno

Que eu continue aprendendo a cada dia a lidar com os dessabores da vida. Que eu aceite meus momentos. Que entenda que a vida é cheia de decepções, que nem sempre o acalanto que a gente quer está no colo certo. A gente levanta e aprende. Que o sorriso nunca desapareça da minha alma embora ele se desfaça nas curvas tristes dos meus lábios em dias difíceis. Que sentimentos indesejáveis hibernem, que venham novos amo(sabo)res.
Se o inverno for realmente frio que eu saiba usufruir do meu amor próprio para aquecer a alma. Eu sei também que terei abraços amigos, famintos.

Era pra ser um texto pessoal, mas escrevi pensando em uma amizade que floresceu com o tempo.

Para Nathalia Cardoso

sábado, 21 de junho de 2014

Páginas

Eu prefiro remorar as coisas lindas que você me disse. Do dia em que puxou a cadeira para eu sentar naquele restaurante. 
Você disse tão de repente uma vez: me ajuda!!! E quando perguntei o motivo, surgiram  doces palavras "eu não vou conseguir ficar longe de você".
Fechei os olhos e relembrei da aproximação lenta do seu rosto, do nosso quase beijo. Nossas bocas indo de encontro em câmera lenta. Tudo em volta havia parado.  Senti o calor da sua respiração, o cheiro bom da sua pele, fechei os olhos e nossos lábios se tocaram. Eu, tão pequena, me perdi nos seus braços. 
Em algum lugar se alguém nos visse,  choraria por nós. Como em um filme de romance.

_ Abraçar você é uma delícia.

_ Tão ruim ter que vir embora querendo ficar.

_ A melhor coisa que me deu foi essa sensação de agora.
Esse preenchimento. Muito bom estar aqui bobão pensando em você.

_ Fico feliz em saber disso. De verdade. Estou me sentindo que nem adolescente. Fiquei hoje na cama enrolando pra levantar. Mentalizando você comigo. Acordando me aconchegando no peito e me abraçando apertado.

_ Por quê você tem que ser assim tão querida?

_ Sou só eu. As vezes eu não sou assim por medo. Tipo uma armadura. Mas você não me deixa ser diferente.

_ Quero esse carinho.

_ Me enxerguei muito em você.

_ Fala do que você tá sentindo.

_ Não sei direito. Meu coração doí quando penso que não sei quando te verei de novo. É louco isso. Ao mesmo tempo tô me sentindo bem, me sentindo querida. Sentindo medo. Coisa muito doida E você?

_ É exatamente isso. Nerdizinha do coração. Vamos ficar de chamego.

_ Você tem um sabor tão bom. Que boca cara. Fico pensando nela toda hora.

_ Você também. Gelatina colorida com mousse.

_ Desculpa ter bagunçado sua barba.

_ Adoro esse carinho.  Eu gostei tanto de você.

_ Que bom porque é recíproco.

_ Só queria um abraço. Fica comigo?

_  Como assim?

_ Fica comigo mais e mais.

_ Você jé me faz querer isso desde que meus lábios pararam de tocar os seus.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Imaginar


Sobre trechos do livro, de uma leitura ainda inacabada.
(Momentos antes do diálogo sobre a escola)

_ Não importa o lugar. Eu quero ouvir sua voz fofa é conhecer você. To mega com vontade de te contar qualquer coisa engraçada pra ver como você dá risada.

_ Você é recordista em me deixar envergonhada.
14:30 é muito cedo?

_ É tarde. Não aguento esperar pra te ver, você tem me feito um bem.
Queria que morasse na minha rua. Eu ia te comprar uma pizza, te cantar uma música é dormir com você.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Rótulos

Engraçado esses limites que a sociedade impõe, até mesmo as pessoas próximas a você. Elas adoram dizer o que é certo e o que é errado. 
Ultimamente não tenho me importado muito com isso. Estou conseguindo encontrar felicidade e prazer nas pequenas e também nas grandes coisas que tenho feito. 
Não era para eu seguir? Não era para eu esquecer a dor? E parece que quando se resolve ir adiante com os "conselhos" que me eram dados coisas estranhas ao redor começam a acontecer e meu sexto sentido diz que estou sendo rotulada.
Vamos seguir,  vamos amar, vamos nos apaixonar. Vamos viver histórias? Por mais que elas não nos completem e não levem a nada. Mas vamos ter o que contar e recordar. 
Sabe, não nem aí. Eu sei quem eu sou, sei como eu sou. Se vivo o momento é problema é meu, isso não vai mudar meu caráter.
Sigo minha cabeça e meu coração, dou razão a razão quando acho necessário e deixo meu coração se entregar a quem ele queira. Tristeza e felicidade andam de mãos dadas. Eu amadurecendo muito nesse curto-espaço-de-tempo. Aprendendo com tanta gente.
Tudo o que eu quero agora é me permitir.
Ser
Eu sinto
Eu sei
Aceito.

domingo, 15 de junho de 2014

Domingo

Ela gosta de coisas simples da vida. Como bater a colher na casquinha de queijo, semi endurecido,  do escondidinho de camarão até quebrar.


"São tempos difíceis para os sonhadores"

terça-feira, 10 de junho de 2014

Inquilino

Perdi as contas de quantas vezes eu dei profundos suspiros hoje. Também não sei quantas vezes o PVM fez meu coração palpitar mega rápido. Muito menos sei quantas vezes me senti ansiosa e triste.

Ontem a noite foi estranho, antes de dormir olhei algumas fotos na rede social e senti alegria, emoção e orgulho de ver um trabalho bonito sendo realizado por um amigo. Começamos a conversar e de repente me vi desabafando/desabando sobre diversas coisas. Sobre o lado profissional da vida, sobre frustrações. Sobre pilares que foram retirados abalando minhas estruturas. Ouvi palavras de afeto e aconchegantes. Desabei em lágrimas quando ele disse que Deus não havia me abandonado. Eu sei que não, sei que às vezes quem esquece Dele sou eu. Sei que ele nunca esqueceu de mim. Entendi que naquela noite sem sentido Deus tinha enviado esse mesmo amigo para conversar comigo, para me acalantar com palavras e me fazer sentir melhor, me fazer enxergar além e não desistir de lutar pelos meus sonhos, de lutar por mim. Talvez ele seja meu anjo da guarda. 

Quando me dei conta já eram 22:00 eu precisava dormir. 
O telefone tocou. Eu sabia  que viria alguma notícia ruim do outro lado da linha. Ninguém mais liga para ninguém, ainda mais tarde da noite. Hoje em dia é tudo superficial e artificial. Mensagens são ditas e se perdem no histórico do WhatsApp ou na inbox do facebook, fazendo com que sua internet lenta não deixe você recordar de momentos virtuais felizes. 
Atendi. 
E todos os meus problemas se tornaram microscópicos e indiferentes diante de um tumor no cérebro.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Anota aí

Sentir nos tempos de hoje é tarefa árdua. Coisa de gente corajosa.
Tem que saber dividir na balança. Deixar na medida exata de cada lado. Não intensificar demais. Não se auto defender demais.
E no meio disso tudo ainda tem a dosagem alta de amor próprio.
Aprendendo.

domingo, 8 de junho de 2014

Days OFF Tuti

"Sobre estar só, eu sei
nos mares por onde andei ... " - Los Hermanos

O tempo passa rápido, esse mesmo tempo cura todas as coisas. Quando não cura nos dá certa sabedoria para saber lidar com qualquer momento que seja.
Ainda sinto nostalgia às vezes, não como antes. Aprendi a te guardar, aprendi a colocar o amor para descansar. Ainda não consegui domar  muito bem a saudade. Em certos momentos lembranças jorram em cascatas e fica difícil suportar o dia e eu fico querendo saber tudo sobre sua vida porque me faz falta essas horas não fazer mais parte dela. Nunca mais chorei por você. A única coisa que realmente me traz tristeza é esse silêncio entre nós e o silêncio gerado por todas as pessoas que você me fez amar, que vieram de brinde. Mesmo tudo tendo acabado apaziguadamente às vezes parece que nunca mais vamos nos abraçar mesmo que seja como um cumprimento. E nesses momentos eu me sinto culpada e consternada. Mas eu começo a pensar em diversas coisas, em como eu tentei, em como lutei para que  o "nós" se concretizasse. Percebo que é errado demais eu ficar triste por causa dessa culpa desnecessária, sentir como se tivesse feito escolhas erradas. Porque eu amei você de verdade. E tentei dar o meu melhor. 
Não quero mais não desejar sentir, ser pedra,  não me apaixonar, não me aventurar, não conquistar. Eu quero tudo isso sim. Alguém me disse que sentir é bom, só temos que saber dosar isso porque tem que ser agradável, não pode ser doloroso. É isso que quero e não venho sentindo tanto medo mais de apenas viver o que a vida me proporciona no momento, de curtir essa "coisa" que acontece. Quero sorrir e apenas me sentir bem comigo mesma.
Não esqueci de você e nem vou esquecer, nunca mesmo. Nem esse seu coração lindo. A vida me deu você e eu abracei como pude nosso momento. Agora é hora de descansar as palavras, de deixar de te citar aqui, talvez apenas em tempo indeterminado, até porque traduzir você em linhas se tornou clichê demais. Não sobrou versos, muito menos rimas. Tudo vai continuar aqui dentro de mim, bem guardado. Todos os beijos, todas as músicas, todas as gargalhadas e o amadurecimento, porque você também me fez crescer. Mesmo que nossos passos sejam totalmente distintos agora, mesmo que eu não saiba mais nada sobre você, mesmo que você não me pergunte "oi como você está?" ,  nada vai tirar esses sentimentos nem mudar o que vivi com você, por você.

sábado, 7 de junho de 2014

Biblioteca


Vislumbrei aquele exemplar raro, não o procurava mas mesmo assim senti êxtase ao encontra-lo, tão sozinho pedindo para ser folheado. Toquei, abracei e quis toma-lo como posse, mas o livro não me pertencia e eu não tinha condições de compra-lo. Comecei a folhear cada página, me saciei a cada descoberta. Ainda não consegui terminar, nem decifra-lo. Preciso devolver o livro, mas tenho medo que outra pessoa o encontre e o alugue por tempo indeterminado.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Saída

Quando paro e reflito demais sobre a vida ou sobre atitudes que já tomei e venho tomando,  tudo parece ficar sobrecarregado demais. Analisar todos os cantos e partes da parede invisível que se encontra ao meu redor fez o dia ficar estranho e muito mais sem cor. Olhei para as nuvens carregadas, enormes, loucas para fazerem toda aquela água desabar. Mas haviam também pequenos raios de Sol ultrapassando tentando dar luminosidade para o que ou quem fosse. Senti-me como elas. 
Há tanta angustia pelo atual momento que vivo. Sinto sentimentos inesperados. Sinto vontade de estar com quem me causa isso, de correr até ele, de ser dele. Mas o medo mora com a dúvida e com a vontade de não querer amar nunca mais. Sinto felicidade e tristeza.
E ser se torna um labirinto. Um nó de marinheiro ...
Amanhã tudo passa. Sempre.