terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por trás da barba, uma história.

Ele adormeceu nos meu braços enquanto eu passava boa parte do tempo acariciando de leve seu rosto castanho escuro. Teus traços únicos escondidos por trás da barba permanecem no presente infiltrados na minha memória. Tão diferente, lindo. Quis te acordar, te beijar sem pensar em nada e nem em que nos esperava fora do silêncio daquele apartamento. Acabei também adentrando no embalo do seu sono. Aos poucos me entreguei a um sonho bom, enquanto olhava teu corpo magro e acariciava os pelos macios do teu braço, do teu abraço.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Certezas

Bom mesmo é saber que, apesar de tudo, a gente é capaz de sentir o coração limpo de novo.
Hoje tenho absoluta certeza de que os pensamentos que moram em mim são completamente diferentes dos de antes. 
Só quero ser quem realmente sou e não mudar por ninguém nem me transformar para agradar.
Sinto que ultrapassei tantos obstáculos e amadureci novamente o que ficou perdido no tempo, o que esqueci e desaprendi nos meus caminhos.
As vezes vem um desejo forte de ser dois mas sei que essa ansiedade é passageira.. Sempre foi da minha natureza querer ter alguém comigo. O que mais sinto falta são dos abraços mas sei que os momentos que tenho vivido enquanto só estão sendo intensos e fazendo um bem enorme a minha alma. E em boa parte deles diversos abraços se fazem presente, embora não permanentes, a maioria fica em forma de lembrança.
Não quero olhar pra alguém que me faça sentir bem ou que eu tenha uma afinidade e desejar conquista-lo para mim. Só quero que tudo aconteça inesperadamente como já tem sido. 
Eu ainda estou de braços abertos, para as pessoas, para o desejo, para as loucuras e para o amor, mas sem buscar isso a todo instante. Quero que isso me busque sem que eu perceba.
Tenho ciência dos tropeços que corro. Mas eu quero tropeçar, pois tenho aprendido a cair sem me machucar.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Não quero perder nada

Fotografei com meus olhos o máximo que pude de cada detalhe teu.
Seu corpo magro. O cheiro da sua barba. A sensação dos meus dedos se perdendo entre os cachos do seu cabelo macio. Até a cicatriz no seu ombro.
Não quero que o formato do teu rosto, seus lábios carnudos nem seus olhos pequenos se percam da minha memória.
Durante o dia flagrei-me pensando nas suas expressões e em  todo deleite que você me proporcionou.
Há tempos não sentia meu corpo rejubilar de tal forma.
Perto de ti me desarmei. Desarmei no momento em que você sorriu, no momento em que, feroz, seus lábios buscaram os meus.
E, desarmada, permaneço.
Cobiçando-te