sexta-feira, 1 de abril de 2011

Moreno

O telefone toca, olho o número e não reconheço pois há tempos não o tinha mais na lista. Atendo. Do outro lado ELE, aquela voz irrenconhecível, que me deixou com o corpo trémulo ao ouvi-la, disse do outro lado com a maior tranquilidade um oi, sou eu ... tudo bem? Eu sabia, sabia que cedo ou tarde isso aconteceria, DE NOVO.
Então ele falou estou perto do seu trabalho e eu me enpolguei com a ideia de ver aquela pele morena, aquele olhar penetrante que eu sempre disse que me revelavam tantas coisas mais ao mesmo tempo me escondiam tantas outras, aquele sorriso doce e amargo que muito me fez sorrir e sofrer, de ver o meu céu e o meu inferno novamente.
Até que ele veio caminhando, atravessou a rua, meu coração entrou em disparada tentei disfarçar mais não sei se consegui, tentei fazer minha voz sair normalmente, tentei falar sobre qualquer coisa idiota que me veio na cabeça e conversamos um tempo sobre "coisas" banais.
Sei bem o que ele anciava. Queria meus lábios, queria meu corpo. Queria meu toque e minha boca macia, queria o beijo que só eu sei dar e eu no fundo anciava o mesmo. Desejava a alma dele, que nem se quer me pertence mais, entrelaçada com a minha.
Mais ele foi embora, disse que voltaria amanhã, e depois que ele se foi eu sorri por ele ter ido, porque sei que eu seria mais uma vez fraca e torço e rezo para que ele não volte, que ele não me procure, pois eu não sei se a parte do meu coração que ainda lhe pertence, saberá dizer não.

Etiene F. Pimentel

Um comentário:

  1. sei bem como é sentir o coração na boca ao ver uma pessoa que há tempos não falamos...
    sei bem que essas coisas são o nosso ponto fraco, infelizmente... mas oq há de se fazer? resta nos simplesmente viver..

    um bjo!

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