domingo, 16 de março de 2014

Cais

Ele era o porto onde eu ancorava meu barco.
Encontro-me agora em um mar que parece não ter fim, não possuo uma rota, nem bússola. 
Não sei onde estou nem quem sou. Não sinto vontade de viver pois estou com medo da vida. 
Levei um tapa que doeu menos que as  palavras que eu ouvi como se a tristeza que eu carregava não fosse o suficiente e chorei sem fim até o cansaço e o sono me esgotarem. Acordei  afogada em minhas próprias lágrimas que transbordavam meu coração além do meu barco. Senti vontade de fugir e lembrei que me encontrava a deriva, não existe mais para onde ir. 
Estou morta por dentro,  e a única coisa que me segura aqui neste momento é saber que se eu deixar de respirar não irei para um lugar melhor. Talvez meu coração definhe sozinho ...

A minha paz se foi mais uma vez. Não sinto vontade de sorrir. Minha mente está cansada de tanto me perguntar tantas coisas.. Por que?

Olho em volta e encaro minhas coisas no chão, e começo a devolver roupas e objetos a lugares que eles não viam há tempos. As únicas cores presentes são da minha caixa de lápis de cor e dos meus olhos vermelhos.
Me olho no espelho e vislumbro uma alma sem cor, um rosto pálido e amassado com marcas de travesseiro, um vestido do avesso ... E cada guinada do ponteiro dói

Ti

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