terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Um vaga-lume perdido

Quando eu era pequena lembro-me de adorar quando faltava luz. Uma das primeiras coisas que eu fazia era correr para a varanda e tentar achar vaga-lumes voando pelo matagal que há muito não existe em frente da minha casa. Sempre me encantei com eles. Gostava de persegui-los com a vista em uma infinita curiosidade de pensamentos sem saber o porque daquele insetinho emitir aquela luz.
Lembro-me também que quando já tinha uma certa idade um dia resolvi pesquisar sobre eles, e senti uma certa chateação ao descobrir o quanto aquele inseto era estranho e feio. Achava que por ele se acender e ser de um encanto que só era visível à noite, deveria ser um inseto lindo tipo as joaninhas.
Essas lembranças nunca se apagaram mais os vaga-lumes sim. Não os vejo mais. 
Entre histórias, beleza e feiura existem algumas músicas que os citam, mas existe uma em especial da qual acho de uma poesia bela demais e resolvi citar como endereço do meu blog. Em um certo trecho ela diz que somos vaga-lumes a voar perdidos.
E não foi só pelo meu blog, que contêm muito a leitura de diversas partes da minha vida e histórias tristes e bonitas, nem só pela música,  mas eu resolvi tatuar um vaga-lume. Não um vaga-lume bonitinho com rostinho fofo  mais uma pintura do inseto como ele realmente é. Um dos diversos tipo existentes.
Sabe, não sei ao certo explicar muitos porquês dessa escolha, talvez seja receio de minhas lembranças infantis se perderem com o tempo, talvez eu só queira eternizar esse "ser insignificante" que muita gente nem se quer viu um dia e que talvez eu nunca mais veja. Não sei ao certo de verdade explicar, só fui lá e fiz porque senti que deveria fazer.
E que fique eterno em mim essa vontade de voar, de viver, de ser perdida e me reencontrar sempre.
De ser bela independente da "capa". E que meus sonhos nunca se apaguem, nem a minha vontade de ser feliz.


"Deixa pra lá, o que não interessa,
A gente não tem pressa de viver assim
Feito platéia da nossa própria peça, histórias, prosas, rimas, sem começo e fim

Pra temperar os sonhos e curar as febres
Inserir nas preces do nosso sorriso
Brincando entre os campos das nossas idéias
Somos vaga-lumes a voar perdidos..." - Vagalumes - O Teatro Mágico

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