Hoje o universo resolveu conspirar contra, como se sentimentos que isolam meu coração do mundo não bastassem, algo a mais tinha que acrescentar minha segunda-feira.
Nada a declarar sobre o dia. À noite ao retornar pra casa, desci do metrô e me deparei com obras interditando a saída que uso todo os dias fazendo-me dar uma volta enorme e pegar uma passarela maior ainda contrária do meu destino. Eu com meu tornozelo inchado tentei não me aborrecer muito com isso.
Primeira tentativa fail.
Chego no ponto. Lotado. O ônibus encosta, subo, e ao chegar em um certo trecho me dou conta que peguei o ônibus errado. Demorou bastante até chegar a um lugar adequado pra descer e pegar outra condução, logo tive que aturar um monte de nêns falando asneiras no ônibus, que não parava de encher. Meu celular com a bateria baixa não permitia me isolar do mundo com fone de ouvido e música.
E lá estava ela, no alto tão brilhante e quase cheia por completo. Ela sabe o efeito que causa em mim. Ela sabe que me fascina. Mais dessa vez não me encantou como eu estimei. Pela janela eu a olhei enquanto não chegava em casa, tentei sorrir mais não consegui e tudo que me recordei foi de um dia na praia, um dia triste, em que a lua pairava sobre o mar, deixando um traço trêmulo de luz refletida na água.
E mais uma vez ela me trouxe sensações diversas, não as que eu gostaria de sentir.
Eu só fechei os olhos e imaginei mais uma lua cheia na praia, refletida, tão bela na sua grandeza, meus dedos entrelaçados nos seus, em uma cena totalmente distinta ...
... e desejei não desejar mais.
Etiene Ferreira
Where do I begin?
Arrepia...
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